Vinho no papel

O incenso tentou mascarar
O cheiro dos lençóis que nos enrolamos,
Mas não adianta.
Beber vinho sempre será beber um pouco de ti.
Enquanto ele afina a minha garganta,
Sorrio susto e medo,
Por lembrar com tanto tesão
O que eu deixei na beira da memória,
E agora se derrama descaradamente nos papéis.
O vinho vai à frente e a poesia logo atrás.
Inventei uma miopia pra não ver
Em quantas doses tu se escreveu na minha vida
E bebi até café pra tentar pagar a conta
Dos dias que a gente se escondia.
A taça, quase seca, sorri pra mim
Pede pra eu repetir
Da safra que nem é tão antiga,
Mas que minha boca fermenta eternidade.
Eu troco a musica que repete um melhor assim
Pela vibração do celular que alertam um
Vem, que dá tempo.


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