Um dia (Texto recitado no Sarau Versos ao Vento)

Um dia um professor me cobrou um ponto pra resolver uns cálculos,
Fiquei devendo.
Nunca servi pra aquilo, ou pra qualquer coisa.
O tempo e espaço que cada situação ocupa em mim,
Possuem formulas e formas que me divertem mais.
Não amputo partes e nem me oponho ao resultado,
Por isso diminui o cigarro,
Pra com muita sorte e sem aposento chegar aos 60.
Não causei tanta dor a minha mãe,
E prejuízo ao meu pai
Pra ecoar os feitos dos anos 80.
E ainda foram dizer pro velho, tua filha é pu....
Poeta!
Ele não moveu um músculo porque isso não paga a luz
Tentei explicar que poesia está em todo lugar
E se acha dono dela quem copia dos quadros, dores, olhos,
E  assina em ponto cruz, 
O que eu, deixo no fiado da vida.
Não trago técnicas e palavras no bolso,
Eu furto poesia que nem balinha no comércio do seu Zé.
De graça, só uma ansiedade que não me deixa sentir só,
É sal de lagrima e suor escorrendo na filosofia de Belchior.
Um peso na coração de que a clareza e o arrepio sejam só por um dia
Sim, 28 de abril de 2017.
Do povo na Av. Getúlio Vargas, sabendo de quantos passos
É feito um governo adulterado
Barraram a BR 010, sim a BR!
É Brasil!
E aqui tem hora pra mulher estar na rua e vocês estarem aqui sentados,
Em três passos atrás, estamos em 1964.
O sarau, esse, que eu fui divulgar,
Disseram que é coisa de quem não quer trabalhar!
E continuaram,
Disseram que eu podia até printar.
Fiz melhor, eu vim falar!
As contas, o SUS, o delegado,
Isso me deixa um pouco transtornado
Mas a luta, não pode ser por um dia,
Porque o nome disso é feriado.
Coração de poeta é segunda- feira de engarrafamento,
É estrada de transgressão onde amor e luta abrem passagem.
Eu não tenho nada a temer,
A minha  indignação vai além das reformas da CLT.
Quem estar no poder não é eles, esse pronome pessoal que atinge todos e nada.
Sou eu, é tu, matéria, sangue, e consciência insubordinada.




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