Capítulo 2. Resquícios de amizade

Algo parecido aconteceu em 2014 com um ex-namorado. O lance das lembranças, bloqueios e retirada de nome do meu vocabulário. Mas dessa vez não foi um amor. O nome foi Rhana.Uma lágrima chegou às pontas dos meus cílios. Antes que caísse a ligação eu falei porque não sei fazer jogos. Houve silencio em nossa voz. Quando o esforço para não falar já diz. Desligou. Me reafirmei. Crenças goodvibeanas. Nós não escolhemos quando chegar ou partir, mas, podemos atrasar encontros e transformá-los em amizades, amores, desavenças... Mas o ponto decisivo é que nós sempre tivemos relógios bem diferentes. Eu escolho dormir sábado à tarde e organizar meus rascunhos nas horas livres. Saio de casa em busca de adrenalina e não de festas. O teu relógio é uma festa. E o ponteiro gira ao teu redor. Você brilha. Eu apago as luzes.Teus amigos meus amigos me disseram que eu tenho razão. Não importa. O que eu tenho é um coração fodido, com força e, nem por isso peço para parar. Mas um dia me acalmei na tua amizade. Como aqueles amores safados que a gente se envolve já sabendo. Sei mesmo é que quando aperta eu ligo. Cruzo mar e cidades. De bicicleta. Para esvaziar os potes de saudade. Não sinto falta das festas. Das pessoas que conheci por ti ou da tua casa estratégica. Hoje, o teu sorriso não foi direcionado a mim. Mas teu sorriso alimentou a tarde com meus potes de saudade. Sai de alma e celular lavados. Sem promessas infantis de que teu nome não mais entraria na minha boca. Como coração de poeta é vagabundo, escrever sobre você foi inevitável. Ainda que isso não seja aquele poema que você sempre me cobrou e que rimaria com desculpas. Mais que um poema. Tu se tornou a matéria-prima instável que eu observo de longe e me faz escrever. Obrigada.

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