À Bráulio Bessa

Eu preciso dizer que não conhecia o Bráulio Bessa. Eu poderia ao final desse dia, me infiltrar no jantar que está acontecendo nesse exato momento pra ele, afastar meu suor da testa e dizer "eu também escrevo." Poderia dizer todas palavras que sempre fogem quando eu preciso. Me esforçar num "sei quantas gramas pesa cada palavra do que tu falou hoje." Dividir também que, uma vez, deixei por mais tempo nesse planeta uma alma que se tocou com três linhas minhas. E que depois de ouvir aquilo, eu mesma já poderia morrer. Dizer que noutras, tenho vontade trocar o que alimenta minha alma por alimento pra dentro de casa mesmo. Dizer que ainda ontem me perguntaram o que eu vou ganhar com o LITERELAS e, que hoje eu não posso terminar de assisti-lo porque eu tenho que, finalmente, ajudar Carolina que há dias está transcrevendo poesias nossas que podem, sim, entupir alguma pia no Rio de Janeiro. Dentre tantas coisas que eu poderia ter feito e dito hoje, eu escolhi pegar minha bike e vir pra casa, pois já eram mais de dez e, minhas poesias gostam de chegar cedo.

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