Ninho de cobras

Quem é a Amanda que escreve aqui depois de tantos anos?  Eu pensei que para sempre o 18 horas ia ser uma tatuagem mal centralizada abaixo do meu peito. Mas estou aqui hoje, nesse ambiente que julgo seguro pois esse blog não possui acesso à muitos anos. Longe dos stories, loge dos videos, sou eu de novo colocando em palavras tudo, que o tempo me fez achar que não era mais importante. 

Depois da era de decepções amorosas, eu entrei na era de decepção com o mundo. Hoje eu me perguntei como viver no mundo de forma digna sem estar dormindo e acordando e sorrindo em ninho de cobras.  Há muito tempo eu me pergunto muitas coisas. Questiono o mundo não mais do ponto de vista revolucionário, mas do ponto de vista da sobrevivência. Será se preciso disso para viver? Preciso estar o tempo todo jogando o jogo, tomando cuidado com as palavras e exigindo contrato para tudo?

Pessoas se dizendo amigas e falando mal de você. Será mesmo se é preciso viver no mundo se adequando o tempo todo? trabalhando o perfil e mimimi?

Estou aqui de volta dando espaço para pensamentos que não podem ficar dentro de mim.  E um desses foi que a liberdade de expressão é coisa para artista. Eu queria ser artista então, pois as coisas que faço bem como me comunicar, escrever e ter ideias incomodam. 
As pessoas se incomodam com o fato de você existir.
Te recomendam terapia depois de vomitar pro mundo o que você compartilha. 
Dizem que o mundo o seu, depois de te podar.
O que fazer com esse sentimento? Eu não sei. 

Hoje desejei mais uma vez ir embora, dá o restart na vida com a garantia que tenho 27 anos e se der errado, a gente se recompõe. O mundo é muito mais que isso Amandinha, eu sempre falei pra mim mesma.

Me sinto decepcionada hoje. Restam 75 dias para o fim do ano. 
Depois disso tudo, me cobram proximidade. Como ser próxima? Hoje o meu sentimento foi que eu não quero mais ter amizades. Eu tô cansada. Tudo que eu faço vira uma bola de neve ou incomoda. 
Nos últimos 3 meses eu perdi as contas de quantas vezes desejei pedir as contas. 
Mesmo sabendo que o mundo é imperfeito, será se não dar pra viver de forma mais leve?

O que me dizem é que o crescimento dói. Eu sei. Que as coisas não vão fazer sentindo agora. Eu sei.
Não quero encher a cabeça de mais ninguem com isso. Já Não basta a minha. 
Eu foi para Carolina no final de semana, 
Foi como me reencontrar. Foi bom sentir eu, os passáros e a cabeça leve.
Hoje eu entendo bem as pessoas que criam galinhas na roça. 

Esse foi um Oi para a Amanda de muitos anos atrás, 
Pensei em compartilhar isso com alguém. Alguem que não me julgasse. Carol, dedico esse texto à você, que sempre criticou esse mundo tão bem. Não vou corrigir os erros, pois me importar com os outros me toma tempo demais.

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