Espiral

Leio por ti,
coisas que quero escrever e sempre esqueço.
Me coloco nas entrelinhas quando Paulo fala sobre você e,
me sento na mesa dos teus conhecidos e espero que encham o meu copo
com notícias que não conseguem ser represadas
e se transformam em lembranças que envio pr'uma ilha:
Tão forte quanto a pressão da caneta no teu papel
que em pixels
se fixam na minha alma
é a saudade que só não é clichê 
porque reduz o meio dia às luzes amarelas do Reviver.
E que é bonita,
das viagens mais lucidas
às escolhas mais loucas,
de ser personagens de uma ilha distorcida
pra quem olha pela janela do ônibus
e nos ver ali, parados na chuva
como se você nem estivesse no Rio de Janeiro e eu no Maranhão.
Espiral.
Somos
Ligados
precisos e
desencontrados
numa vontade que se envolve no futuro do pretérito.
Uma marchinha de carnaval que ecoa em plena fogueira de São João.



Foto: Sol Barbosa

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